Os cuidados com as feridas no pós-operatório imediato (POI) são fundamentais para evitar complicações locais e sistêmicas, principalmente relacionado a infecção no sítio cirúrgico. Toda a equipe assistencial de neuro-intensivismo deve saber manipular a FO, identificar e solucionar os principais problemas a fim de facilitar a recuperação do doente.
Principais cuidados e complicações na Neuro-UTI com FO
– Manter curativo oclusivo estéril da FO pelas primeiras 24-48 horas após o procedimento cirúrgico. Após as 24-48 horas pode ser removido e avaliado pela equipe multiprofissional. Se o curativo saiu durante as primeiras 24-48hs horas, deve-se fazer um novo curativo utilizando a técnica asséptica (uso de material estéril).
– Avaliar a FO pela equipe multiprofissional e atentar para sinais de infecção: Os principais sinais de infecção da ferida são eritema, drenagem purulenta pela cicatriz e aumento da temperatura por mais de 72 horas no pós-operatório. Nos casos de infecções superficiais de pele, o exame da ferida é a principal fonte de informação.
– Lavar as mãos com água e sabão e utilizar anti-séptico (álcool a 70%) antes de manipular o curativo ou sítio cirúrgico.
– Drenos: Não é utilizado dreno de forma rotineira após craniotomia, exceto nas cirurgias de drenagem de hematoma subdural em que é implantado o dreno subgaleal ou subdural por 24hs. É rotina utlizar dreno em endarterectomia. Não exceder a utilização por mais de 24-48hs horas, afim de evitar infecção. Atentar para evitar a saída acidental do dreno.
– Avaliar sangramento: É comum apresentar discreto sangramento no curativo no POI. O profissional deve saber diferenciar o normal do excessivo. Caso o sangramento esteja aumentado deve-se comunicar a equipe de Neurocirurgia.
– Edema em face: Comum no POI de craniotomia devido a um amplo descolamento da gálea.
– Blefarohematoma: Comum em cirurgias com abertura do teto ou rebordo orbitário, pode ser de grande monta causando grande impacto estético mas, a princípio, sem implicações maiores.
– Observar febre: Elevação da temperatura durante as primeiras 48 horas após a cirurgia é uma resposta normal no POI e, usualmente, não significa infecção.
– Atentar para a imobilização da cabeça e pescoço: é essencial para evitar a flexão e hiperextensão do pescoço, com resultante tensão e edema na linha de sutura. A cabeça deve ser elevada cerca de 30o. Esta posição promove a drenagem das secreções, reduz o edema, evita a compressão nas linhas de sutura e facilita a respiração.
– Fatores de risco para infecção de FO: Obesidade, diabetes mellitus, tabagismo, desnutrição, imunosupressão, dentre outros.
– Fatores que afetam a cicatrização da ferida: localização da incisão, estado nutricional, presença de doença, infecção, drenos e curativos são características que devem ser analisadas para a confecção do plano de cuidados no POI.